A defesa das escolas bilíngues para surdos no Plano Nacional de Educação (PNE) e a manutenção das escolas e classes bilíngues já existentes atualmente foram alguns dos temas defendidos nesta segunda-feira (26), durante seminário na Assembleia Legislativa, por representantes da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis/PR).
Em comemoração ao Dia Nacional do Surdo, o evento, proposto pelo deputado Professor Lemos (PT), reuniu estudiosos, professores, representantes das secretarias municipal e estadual de Educação, além de estudantes, para debater um modelo de educação aos surdos e propostas ao PNE. “Queremos sensibilizar as autoridades políticas e a sociedade para a importância da educação em língua de sinais para surdos”, disse a professora e representante da Feneis no Paraná, Sueli Fernandes.
Emendas ao PNE – A professora explicou que o objetivo é analisar as emendas encaminhadas ao Plano Nacional de Educação (PNE), garantindo o acesso dos surdos às escolas regulares; a inclusão das Libras (a língua de sinais) como disciplina curricular; e a integração dos surdos nas escolas. “Queremos modificar as emendas do PNE que prevêem o fim das escolas de surdos e que determinam a inserção obrigatória de alunos surdos nas escolas regulares”, afirmou, ao defender também o combate da política inclusiva do Ministério da Educação (MEC) que prevê o fechamento das escolas específicas para surdos.
“Defendemos que as escolas regulares também sejam modificadas e sejam acessíveis aos surdos, mas que as escolas específicas bilíngues para surdos, que já existem, continuem a existir, recebendo incentivos do governo, tornando-se também espaços públicos”. Conforme Sueli Fernandes, hoje estas escolas bilíngues são mantidas por ONGs ou empresas do terceiro setor, por isso há necessidade da intervenção do governo para que elas se tornem de fato públicas, não sendo fechadas ou transformadas em simples centros de apoio, como deseja o MEC.
Propositor do debate, o deputado Professor Lemos (PT) ressaltou a importância da participação de estudantes e estudiosos, além das instituições que representam a classe, como e Feneis, nos debates. “Temos que apresentar ao relator do PNE propostas bem construídas e com condições de serem implementadas. E não apenas metas que não possam ser de fato aplicadas”, disse. Ele também destacou a necessidade de se discutir a falta de vagas desde a educação infantil até a faculdade; o despreparo das instituições para receber estes alunos; além de se investir em equipamentos e profissionais preparados.